sábado, 30 de abril de 2011

Porque hoje é sábado


Cresci ao som de música popular brasileira. Vinícius, Tom Jobim, Toquinho, Chico, Caetano, Elis, Miúcha, Maria Creuza (Ouçam, ouçam! Eu recomendo! Que voz fabulosa! E quase ninguém mais se lembra dela!) eram todos muito íntimos (dos ouvidos) da minha mãe e, por proximidade, meus também. Lembro-me de um poema meio musicado do Vinícius. Adoro Vinícius pela vida que teve, pelas músicas, pelo charme. Gosto muito das canções que vêm precedidas por poemas, quando ele é quem os declama (não gosto dessa palavra. Parece coisa cafona. Mas até declamar, para o Vinícius, é chique, gostoso e sexy de um jeito que só se podia ser nos anos 70, de preferência em Ipanema e em manhã de sol).

De todo modo, pela música "O dia da criação", que tem um poeminha no começo, a parte instrumental e uma repetição divertida e ao mesmo tempo quase irritante da frase que dá título a esta postagem, sempre gostei de sábados. A música é linda, tem um violoncelo fabuloso ao fundo, um pianinho jazzístico e eu já quase a havia esquecido. Só me lembrava do "porque hoje é sábado" repetido-tido-tido-tido-do-do-do.

E porque hoje é sábado, teve festa. Aqui em casa, os sábados são festivos e têm aquele ar de expectativa e felicidade que parece que vai ficar ainda mais intensa dali a dois minutos. É dia de receber amigos, de ter casa perfumada por coisas gostosas, do meu vai e vem frenético, na cozinha, da Anne me seguindo para lá e para cá e do Frank deitado na passagem para a sala com uma cara de quem já se cansou por nós duas. A cada sábado, a mesma turma - que eu chamo de petit comité - e comidinhas diferentes. Por eles e por minha alegria, o sábado é o meu dia da criação. Crio na cozinha - copio também, porque sou humana -, crio clima gostoso e aconchegante para os meus convidados, crio expectativas porque sei que sempre vai ser divertido.

Vim então compartilhar com vocês o nosso lanchinho da tarde de hoje. São sempre lanchinhos substanciosos ou jantares que temos aos sábados. Experimentei três coisinhas diferentes e que fizeram sucesso. Uma torta de frango recheada também com milho, ervilha fresca e champignon, cuja foto enfeita o alto deste post (pensei em colocar a receita aqui, mas acho que vocês, meninas, interessam-se mais por crafts do que por culinária, não?) que adorei decorar (sobrou massa, então, fiz mais uma travessa, com direito a tentativa de treliça); um pãozinho rústico de ervas finas e grãos (usei linhaça e trigo) e um bolo caipira de milho com cobertura de goiabada, com receita tirada daqui (achei vinho do Porto com goiabada uma mistura sensacional. Lembra-me o Chico com o "Fado Tropical", também com poeminha declamado com um sotaquezinho sexy, bestial. Ui! Ai! Ui! *abana, abana, abana*). Ah, e goiabada cascão em vez da comunzinha.

Resultado? Nosso dia de recarregar baterias funcionou de novo. Mais um sábado festivo só por ser sábado, amigos enfastiados de tanto comer, comer, comer; muito riso; muita conversa jogada fora e uma vontade gostosa de que de novo volte a ser sábado. Tudo isso além da certeza como canta a Maria Creuza no link ali de cima, em uma música do Vinícius e do Toquinho, de que (por mais lugar-comum que a frase tenha se tornado): "...a coisa mais divina que há no mundo é viver cada segundo como nunca mais". Tudo isso até o próximo sábado.


Editando:

Como teve gente que pediu, aí vão arquivos com as duas receitas que faltavam:

torta de frango:

pão de ervas com grãos:


E só para facilitar porque (eu escrevo poooouco e) no meio disso tudo fica difícil encontrar o link para a receita do bolo, o bolo caipira de milho com cobertura de goiabada foi tirado daqui.



Clique sobre as imagens para ver as fotos em tamanho maior.







terça-feira, 26 de abril de 2011

A história de um quadradinho - fim / A Square's Tale - the end



A Páscoa foi embora e já estou com saudades. Adoro essa época, que, este ano, foi muito cansativa para mim. Mas é preciso mudar um pouco de assunto. Ou quase. hehehe!

Finalmente, aí está o centrinho de squares pronto. Fiquei devendo um capítulo da história, o da penúltima carreirinha. Meu computadorzão (Dieter) foi para o conserto e voltou sem a foto lindinha que estava guardada para a postagem. Não faz mal. Aí está o resultado de muitos vai-e-volta com a agulha de crochet, a maior peça que fiz até agora. Sobre ela, uma tigelinha lindinha usada para colocar arroz para o Buda, trazida pelo meu ex quando esteve na China, e uma garrafa de licor que adoooro, comprada em um antiquário quando eu ainda morava em Copacabana.

O fato é que adorei trabalhar com quadradinhos. Gostei muito do resultado destes assim, juntinhos. Parecem uma renda. Uma amiga me disse que daria um ótimo véu para noiva. Por coincidência, posto o centrinho meio renda na semana do casamento mais esperado do ano. Assim sendo, o capítulo final da história do Quadradinho é:

"... E entre amigos, ele encontrou aquela que deveria ser sua amada. Com pompa e circunstância, cercados de representantes de muitos cantos do mundo (China e Copacabana! Huahahaha!), uniram-se em harmonia e assim serão felizes para sempre."

Qualquer coincidência com os fatos que antecederam e cercarão a cerimônia de sexta próxima é mera coincidência. Ou não?

Virei quadradinhomaníaca e pretendo fazer mais, mais, muito mais centrinhos, cortinas e sabe-se lá mais o quê com eles. Já comprei uns livros japoneses, meus preferidos, para tirar ideias e gráficos. O difícil é me decidir a respeito de qual dos motivos devo escolher para a próxima peça. Parafraseando Roberto, são tantas opções! Huahahahaha!



E só porque sou teimosa, mais Páscoa. Aí abaixo vão duas fotos de trufinhas mais simples e um ovo trufado. Não deu para mostrar a parte trufada do ovo, claro, porque eu teria que quebrá-lo. As trufas foram presentinhos, fechadas em caixinhas individuais graciosas que se fechavam com um laço de fita em cima. Eram para as recepcionistas do médico de uma amiga. Ela me pediu para fazê-las e aí estavam. Eram de framboesa com chocolate meio-amargo.

Framboesa e chocolate, aliás, é o casamento perfeito (Kate e William que me perdoem. Huahahaha!). Para a Sexta Santa, fiz mousse de chocolate black com calda quente de framboesa. Ficou maravilhosa! Antes que eu pudesse fotografá-la, entretanto, meus convidados atacaram o doce. Não sobrou nadinha que pudesse ser mostrado aqui.

Minha Páscoa ainda não terminou. Recebi três encomendas tardias de pessoas que gostaram tanto dos ovinhos decorados que deram gentis desculpas aos familiares e amigos que deveriam ser presenteados para que assim eu tivesse tempo (e estrutura física... ai...) para fazer mais esses três. Nem sei se vou mostrá-los aqui. Vocês já devem estar cansadas de taaanto ovo de Páscoa. Huahahaha!


Clique sobre as imagens para vê-las em tamanho maior.







sexta-feira, 22 de abril de 2011

Ovos de Páscoa, trufas, bombons e o coelhinho


Primeiro, peço desculpas pelo alto nível de floodagem de fotos nesta postagem. hehehehe... Mas eu queria mostrar a vocês uma parte do que andei fazendo nos últimos dias: meus chocolates. Não poderia, claro, mostrá-los sem as fotos, então - que jeito! -, flood fotográfico para vocês.

Vale dizer que, para ver as fotos maiores, como sempre, basta clicar sobre elas.

Aí em cima, em detalhe, um coelhinho que enfeitava o ovo de Páscoa de um menininho, filho de uma amiga, que eu queria presentear.


Fiz um montão de ovos e só algumas trufas, mas, pela delicadeza, elas acabaram sendo minhas preferidas. Peguei algumas receitas pela net e inventei outras tantas. Aí abaixo, uma das que mais gostei, tanto pela aparência quanto pelo recheio. E, como também fiz bombons em forma de moranguinho, resolvi passar glitter nas trufas.



Aqui, dois estojinhos de trufas. Os sabores eram banana, cereja, morango e maracujá. Quis fazer uma com baba-de-moça, outra de amora, outra de abacaxi, outra de menta, outra de café... Enfim, outras de muitos sabores, mas não arranjei tempo... Entreguei, no entanto, alguns ovos trufados, mas que não fotografei.



Os estojinhos de trufas eram entregues assim:




Para os ovos de Páscoa de mocinhas e crianças, inventei de fazer flores. Comecei fazendo umas em rosa, depois tentei o lilás e, por fim, ganhei confiança para fazer flores lilases e rosinhas em um único ovo. Na última foto, vocês podem ver o ovo que tinha o coelhinho.



Já tinha feito uns dois ou três ovos iguais ao que dei para meu médico, então, para o professor do Frank, tentei a mesma técnica, só que no "negativo", ou seja, o que antes tinha chocolate black, troquei pelo branco; o que era em branco, troquei por ao leite. Não deu para mostrar bem com a foto, mas na frente do ovo, colei um cachorrinho de chocolate para o Duda se lembrar do Frank.




Bom, mas fazendo tantos ovos, o que vai dentro deles, vocês devem se perguntar. Aqui vai a resposta:

Confeitos de açúcar com motivos de Páscoa e...




... coelhinhos de pelúcia, como os abaixo (eram cinco modelos diferentes), quando são ovos para crianças, além de chumbinho (flocos de cereais recobertos por chocolate branco e ao leite) e bombonzinhos maciços embrulhados em papelinhos coloridos.




Aqui, mais uns bombons que fiz para rechear os ovos. Na foto do meio há cachorrinhos iguais aos que colei na frente do ovo dado ao professor do Frank. Na última imagem, o modo como os bombons eram embrulhados. Adorei esses papelinhos diferentes, estampados.



E é só, pessoal. Fiz outros ovos, outros bombons, mas, infelizmente, com a pressa, não os fotografei... Fico devendo-os para a próxima Páscoa.

Aliás, para a próxima Páscoa, acho que vou aceitar encomendas. Todo mundo que ganhou ovo me disse que parentes e amigos adoraram os ditos cujinhos, o fato de terem desenhos em chocolate. Perguntram onde os ovos haviam sido comprados para que pudessem comprar também. Quando souberam que era "a eu" que os fazia, quiseram encomendar. Não aceitei cerca de cinco encomendas certas (ai, eu estava cansaaaada!), mas acho que para a Páscoa de 2012, vou aceitá-las, sim! Já até pensei em novidades. Vou parar de usar laços prontos. Farei laços de fita de verdade, com cenourinhas de tecido e feltro, além de coelhinhos para arrematar os lacinhos.

Quero desejar a todas uma feliz Páscoa com muitas guloseimas, amigos e familiares queridos por perto.

domingo, 17 de abril de 2011

E uma semana antes da Páscoa...



... aqui está meu centrinho de coelhinhos! Lembram-se? É aquele que apresentei aqui, que vi em uma revista portuguesa e que me apaixonei assim que pousei os olhos sobre ele.

Adorei fazê-lo. Acabei-o ontem à noite e, hoje, com a função dos chocolates - que têm roubado quase todo meu tempo, inclusive o que reservava para crochetar -, esqueci-me de fotografá-lo lá fora, com luz natural. Ainda assim, quis mostrá-lo a vocês.

Uma das coisas que adoro no crochet de filet é que a simplicidade na elaboração contrasta com a aparência sofisticada que se consegue quando a peça está pronta. Uma de minhas amigas é apaixonada pelos meus crochetzinhos de filet. Diz que, no meu testamento, é para eu deixar o centro de mesa lilás de rosas e uma passadeirinha pequenina (que ainda não mostrei aqui a vocês) para ela. Acho que minha amiga vai requisitar, no almoço de Páscoa aqui em casa, mais uma peça para a futura coleção dela. Mwahahahaha!



Esta semana, recebi um informativo do Annie's Attic, site que tem um monte de projetos interessantes para crochet, tricot, ponto cruz, bordados e outros trabalhos manuais. Um dos projetos apresentados na newsletter me interessou e fui até a página.

No Annie's, eles fazem pesquisas semanais. Desta vez, o assunto eram prazos, com a pergunta "Como você se sente a respeito de bordar (crochetar, tricotar) com prazo?" Eram seis respostas e a que ia vencendo a pesquisa era: "Prefiro bordar (crochetar, tricotar) no meu próprio ritmo", seguida por "Eu não me importo, se para ocasiões especiais".

Identifiquei-me. Também sou assim. Nos SALs, descobri que prazos para algo que, para mim, é divertimento e distração não me caem bem. Já cumpro muitos prazos profissionalmente. Cada cliente, um prazo. Algumas vezes, muitos clientes e um prazo coincidente. Isso me deixa tensa e tensão não combina com passatempo e distração.

Em um mundo rápido, em que esperar um pouquinho para entrar na cabine de prova em uma loja de roupas (como vi ontem uma mulher tendo um piti com a funcionária que cuidava da entrada e saída das cabines porque a mocinha precisava, primeiro, liberar uma senhora para a saída), em que ninguém espera o sinal ficar verde (saem logo no finalzinho do prazo do vermelho, podendo causar acidentes), em que se come tudo pronto nos fast foods porque não se tem paciência de esperar em um restaurante ou cozinhar em casa; fazer as coisas devagar e com consciência é uma dádiva! Tudo bem para quem se diverte com os prazos, contudo, não sou bem assim.

Sobre a pressa dos nossos dias, cheios de prazos, não é à toa que pelo mundo criam movimentos como, por exemplo, o slow food, que tem um pezinho na calma, na falta de pressa, como já diz o nome. Acho que sou do slow stitch. Faço as coisas eu mesma, com prazer e devagar, tomando a consciência do trabalho. Sou, entretanto, capaz de forçar um pouquinho o ritmo se/quando necessário para alguma ocasião especial, como na pesquisa do Annie's Attic. Em suma, consigo , sim, lidar com prazos; mas prefiro, simplesmente, não.



Editando:

Sobre UFOs, que a Isadora mencionou, também não gosto deles. Passada a Páscoa, volto a pegar um que é o meu mais antigo. Nunca o mostrei aqui no blog. Acabo o trabalho e mostro aqui para vocês. Quero, pouco a pouco, ir me livrando de todos os meus UFOs.



Clique sobre as imagens para vê-las maiores.




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